sábado, 18 de setembro de 2010

outpost: uma visão geral

         Há dois anos, em julho se bem me recordo, três amigos rabiscavam num guardanapo uma ideia que em breve desabrocharia em um blog conjunto. Após trocas e mais trocas de e-mails, discussões sobre o que trataríamos em nossos posts e inúmeras linhas escritas e apagadas, criamos o “pensapraquê?”. Postávamos o que considerávamos necessário ser postado, mas nunca com a certeza de estar dizendo o que de fato deveria ser dito. Nada de anormal, ninguém escapa às incertezas de quem escreve, especialmente aqueles que escrevem para uma plateia. Durante um ano estivemos na ativa, mas cada vez desacelerando, segurados pela implacável lei da inércia. Constatamos (desta vez em torno de uma mesa de bilhar) que havíamos nos tornado espectadores do nosso próprio espetáculo e, o que eu pessoalmente considerava ainda mais deprimente, críticos dele. Fechei, entre sucessos e fracassos, definitivamente o “pensapraquê?” às 21h30 do dia 18 de setembro de 2010, enquanto escrevia este texto.
         Confesso que até achei engraçado destruir algo no exato instante em que construía outra coisa. Mas acho que assim que as coisas são. Enfim, o tempo passou para aqueles três, ainda adolescentes, escrevendo sonhos em guardanapos. Todas as novas obrigações atropelando umas as outras sem qualquer ordem, num caos inevitável, situado no atribulado caminho entre nascer e morrer, nos tornava, de certa forma, inválidos quando sentados em frente ao teclado. Bem, talvez não entre pontos tão distantes na reta. Talvez entre a bolinha fechada de sonhar e a bolinha aberta de pensar. Ou apenas entre a difícil decisão de escolher entre ser infeliz pensando ou ignorante sonhando.
          Apresento a qualquer um que deseje ler o que eu tenho a escrever, esse novo blog. Não tratarei de lamentações pessoais que nunca tem fim, nem de assuntos jornalísticos, afinal, não sou jornalista. Não falarei de como as zebras parecem estúpidas com aquelas listras impressas nas costas, nem de como as pessoas parecem ainda mais estúpidas com logomarcas (e falsas ideologias) pintadas nas costas. Não farei críticas a tudo e a todos, como aparentemente virou moda na internet, simplesmente porque eu não me importo. Eu (e isso eu repito) só direi o que considerar que deve ser dito, embora eu nunca tenha certeza. 
          Concluo agora este post com o seu objetivo ainda mais obscuro do que quando eu comecei a escrevê-lo. Mas isso é tão importante quanto a bituca de cigarro em que eu pisei um dia desses.
          Isso é tudo. Aliás, ainda falta descobrir o que precisamos fazer para se preencher os espaços vazios.

          Aos meus raros e importantes amigos: muito obrigado.
          Aos meus invisíveis inimigos: a gente se vê.
          E ao resto do mundo: ao diabo que te carregue.

Um comentário:

| Duílio Castro disse...

Sua acidez faz um limão parecer um pote de mel...

E, também neste caso, prefiro o azedo ao doce.